sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inveja?!

Parece que algumas pessoas sentem prazer na desgraça alheia. Esse tipo de gente normalmente também adora uma fofoca e como toda "boa" fofoca, sempre tem um toque pessoal ao repassar aos outros.

E me parece que serve qualquer desgraça. "Fulano que perdeu o emprego, ele aprontou alguma ou é preguiçoso". "E a menina da esquina que está grávida, nem deve saber quem é o pai, uma sem vergonha". "A filha da vizinha na igreja, uma peste, bagunceira, insuportável, cadê a mãe (sempre a mãe, claro) dessa menina que não faz nada?". "E a esposa que sai de casa arrumada pro trabalho, com certeza absoluta tem um amante, afinal não é normal uma mulher sair assim de casa, maquiada, bem vestida, é, definitivamente ela tem um amante". "E tem a filha da amiga doente no hospital, coitadinha, um anjinho, deve ser castigo pros pais". Ah, claro, morreu fulano, ou sicrano, tem que ir ao velório, por "consideração".

Mas nada incomoda tanto esse tipo de gente quanto a felicidade alheia. Se alguém é bem sucedido, "só pode ser ladrão"! E o casal que tem três filhos então, "gente essa mãe é completamente louca". Ah, mas e a mulher que não tem filho, "credo, como pode alguém não querer ter filho e ainda ter a audácia de dizer que é por opção?"...

Para esse tipo de gente, as pessoas só podem ser felizes se seguirem o seu padrão de comportamento. Talvez nem assim, porque aí vão dizer que estão te invejando.

O mundo seria um lugar muito melhor se cada um cuidasse mais da sua vida e parasse de se preocupar com a dos outros. Perfeição não existe (ainda bem!), mas todo mundo devia se policiar mais pra não julgar as atitudes das pessoas. Afinal, é sempre muito fácil falar quando não é com você. É preciso tentar se colocar no lugar do outro antes de abrir a boca pra falar, caso contrário, melhor nem abrir a boca, esse tipo de opinião não ajuda mesmo. Como bem diz o ditado "muito ajuda quem não atrapalha".

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Angústia

Não existe nada pior nesse mundo do que o sofrimento de uma criança. Elas são especiais, inocentes, puras, vem ao mundo por um desejo dos outros (ou divino?), o fato é que não é pela sua própria vontade. Elas não pedem pra nascer, mas nascem. E nascem nos mais diversos ambientes, família que a ama, família que a odeia, gente boa, gente ruim, casa rica, casa pobre, nascem na rua, na prisão, na guerra... e sofrem, sofrem muito.

Me angustia pensar que nesse momento, enquanto estou aqui sentada, tomando meu café, nesse exato momento, em algum lugar no mundo, tem uma criança com fome, com sede, apanhando, sendo estuprada, sentindo dor, humilhação, tristeza. E eu continuo aqui, no meu mundinho feliz, sem poder fazer nada pra amenizar o sofrimento delas. Eu posso fazer alguma coisa pelas crianças próximas a mim, minha filha, minha sobrinha, vizinhas, amigas da escola, mas isso é muito pouco perto do que as milhares de crianças desse mundo passam diariamente.

Eu acredito muito em Deus e rezo por essas crianças, mas isso também é pouco. Me sinto culpada por não fazer mais. Eu tive a sorte de nascer numa boa família, minha filha e sobrinhas tiveram a mesma sorte. Mas será que é sorte mesmo? Então por que os outros bebês também não tiveram a mesma sorte? O que determina que aquele bebê tem que nascer naquele lugar, naquela família? O que determina seu sofrimento?

É... provavelmente nunca terei respostas pra essas perguntas. O que não me impede de continuar questionando, só não sei a quem.

Só sei de uma coisa, eu preciso fazer mais pelas crianças. Me sinto na obrigação de fazer isso. Até hoje sempre encontro desculpas pra não fazer isso, falta de tempo, preciso ficar com a minha filha, preciso trabalhar, preciso estudar... mas o tempo não para, ele continua passando, as crianças continuam precisando de ajuda. Definitivamente, não há mais desculpas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Personalidade

Uma das minhas maiores preocupações com relação à criação da minha filha, é a formação da sua personalidade. Eu já li muito sobre isso, já ouvi opiniões totalmente diferentes a respeito desse assunto, mas não consegui chegar a uma conclusão.

Fico vendo adultos "monstros", como eu costumo classificar pedófilos, bandidos, mau caráter, gente que tem o coração ruim, mas me pego lembrando que aquele ser humano horrível já foi um bebê, já teve uma mãe, um pai, uma família. Claro que existem os casos em que as crianças nascem e são criadas em um meio não apropriado, já crescem vendo todo tipo de coisa, mas com exceção a esses casos, a gente vê pessoas que tiveram uma família estruturada, mãe, pai, irmãos, primos, enfim, tradicional, e mesmo assim se tornam adultos horríveis. Maridos violentos, pais violentos, desonestos, ignorantes no pior sentido da palavra, estúpidos.

Aí eu olho pra esse tipo de pessoa e penso na mãe, faço essa associação claro porque eu mesma sou mãe. Com certeza essa mãe quando teve esse filho desejou o melhor pra ele, cuidou, deu de mamar, deu carinho, se preocupou quando ficou doente, repreendeu quando fez alguma coisa errada. E em algum momento, que eu não faço ideia de qual, tudo mudou. Daquele bebê fofo, daquela criança linda, ele se tornou um marido que bate na mulher, um pai que espanca os filhos, um ladrão...

E volto a mim mesma, na minha filha, que eu amo mais que mim mesma, que eu desejo tudo de melhor na vida dela, que eu educo, dou todo carinho do mundo, amo, amo e amo. E tenho medo, muito medo de apesar disso, da família linda que ela tem, do pai, da mãe, dos avós, das tias, da prima... tenho medo de que apesar de tudo isso, ela cresça diferente do que a gente espera. Não que eu queira que ela seja como eu, ou como o pai, ou como ninguém que eu conheça, eu quero que ela seja ela mesma, mas acima de tudo que tenha caráter, que seja responsável, gentil, completamente independente, se decidir se casar que seja com uma pessoa que olhe pra ela de igual pra igual, e que se não der certo, se separe sem se sentir nem um pouco culpada por isso, eu quero que ela se sinta segura pra correr atrás dos seus sonhos, seja ele qual for.

E o que nós precisamos fazer pra que isso aconteça? Continuar educando-a como fazemos? Devemos mudar alguma coisa? Proibir, permitir, restringir? Ficar atento as amizades, ou isso pouco interfere?

E volto a questão que me acompanha desde que ela nasceu... minha filha, meu bebezinho, já nasceu com a sua personalidade formada ou ela vai se formando ao longo da sua vida? Tem gente que acredita que aquele bebezinho já nasceu com a sua própria personalidade, se ela é uma criança de opiniões fortes, quer dizer que já nasceu com essa característica. Já tem gente que acredita que um bebê nasce completamente desprovido de qualquer traço de personalidade, o qual vai se formando conforme o meio em que ela vive.

Eu realmente não tenho opinião formada a respeito disso. Cada hora penso de um jeito, cada dia acordo com uma opinião diferente. Vivo cada dia da criação da minha filha com muitas dúvidas, as vezes acho que agimos certo, em outras vezes totalmente errado. Me sinto na obrigação de acertar com ela, afinal, eu desejei tê-la, eu esperei cada dia da minha vida por essa filha, portanto, eu preciso agir o mais certo possível com ela. Se eu errar, as consequências desse erro não podem mudar completamente sua vida, de maneira alguma.