quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ser Criança

Eu queria ser menos observadora, sentir menos o mundo ao meu redor, tipo aquelas pessoas dão a impressão de serem meio alheias a tudo. Ontem eu estava numa praça, sentada, tomando sorvete e estudando, mas a toda hora perdia a concentração no estudo, na mesa ao lado uma família com três crianças pequenas e uma menina mais velha, pois a menina mais velha comprou o sorvete mais chamativo que tinha, sentou e começou a tomá-lo sem nem olhar pra frente, obviamente as três crianças ficaram olhando e começaram e pedir pra mãe comprar e a mãe simplesmente disse... NÃO! Eu juro que tentei entender qual o objetivo de uma família sentar numa mesa de sorveteria, no meio da praça, deixar a filha mais velha comprar sorvete e dizer não pras três filhas menores, mas eu fiquei só na tentativa mesmo, porque eu realmente não entendo.

Voltei ao estudo e de repente outra criança chorando, uma menina linda em uma outra mesa, com a mãe e um rapaz com cara de irmão mais velho (bem mais velho). O tal irmão mais velho comprou sorvete e colocou no meio da mesa, a menina pequenininha tentava pegar e não conseguia e gritava pedindo pra mãe, a tal mãe conversando, nem dava bola pra menina. Até que resolveu ouvi-la, pegou o sorvete e... COMEÇOU A TOMÁ-LO! e não deu pra menina! a minha vontade era levantar e puxar o sorvete da mão daquela mãe, até que pro meu alívio ela resolveu ceder ao choro da menina e dar o sorvete pra ela. Aí o tal irmão mais velho comprou um salgadinho todo diferente, claaaaro que a menina quis, ele fechou o saco e escondeu atrás das costas, aí pegava um mostrava pra menina e quando ela ia pegar ele puxava. Ahhh ninguém merece isso!

E nessa altura eu já tinha mesmo desistido de estudar e me deparei olhando pro bebê da mesa em frente no colo da mãe, devia ter uns 3 meses, uma graça, estava dormindo, parecia um anjo. Mas um anjo frágil, muito frágil. A mãe abaixava pra pegar qualquer coisa no chão, a menina quase caía do colo, a mãe fumava com a coitadinha no colo e a fumaça ia toda no rostinho dela, a mãe gritava pra alguém bem em cima do ouvido dela.

E eu saí de lá pra estudar em outro lugar, já que lá não ia conseguir mesmo, pensando que criança sofre muito nesse mundo! Parece que as pessoas são tão egoístas que esquecem até mesmo das suas crianças, e algumas nem pedem pra comprar nada, só querem atenção, carinho, respeito e nem isso conseguem. É muito difícil ser criança num mundo como o nosso.

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